33 anos depois...

PORTELA ENCERRA LONGO JEJUM E É CAMPEÃ DO CARNAVAL CARIOCA; NÃO HOUVE REBAIXAMENTO;

A ÁGUIA ABRIU AS ASAS E VOOU!

"O perfume da flor, é seu
Um olhar marejou, sou eu
Quem nunca sentiu o corpo arrepiar

Ao ver esse rio passar!"

A Portela é a grande campeã do Carnaval 2017. A maior vencedora carioca, enfim, deixou para trás um longo jejum de 33 anos sem títulos, podendo comemorar a conquista de número 22, se isolando no topo das vencedoras. Os portelenses lotam as ruas de Madureira e sua quadra para celebrar o título. A escola cantou a festa e os segredos dos rios, sendo a penúltima a desfilar na segunda noite.

Em apuração emocionante, a azul e branca disputou palmo a palmo o título com outra escola que renasce das cinzas. A Mocidade Independente de Padre Miguel faturou um improvável vice-campeonato, chegando a liderar na maior parte do tempo. Perdeu a ponta no último quesito, enredo, onde amargou duas notas 9.9. Além dessas, foram mais outras oito notas baixas.

A Portela, por sua vez, gabaritou quase tudo. Só 3 das 36 notas lidas não foram 10, e um décimo perdido. Praticamente um título sem contestação, para findar o longo jejum. Protagonista do título, o carnavalesco Paulo Barros é muito celebrado pelos membros da escola. Conhecido pela extrema criatividade com as alegorias e comissões de frente marcantes, faturou o seu quarto título no Grupo Especial (os outros três foram na Unidos da Tijuca, entre 2010 e 2014).

Completam as primeiras posições Salgueiro, Mangueira, Grande Rio e Beija-Flor. As seis primeiras voltarão à Sapucaí no sábado, para o desfile das campeãs.

Antes de tudo, uma reviravolta de regulamento. Em reunião emergencial convocada nesta tarde, a LIESA definiu que não haveria rebaixamento este ano, como forma de "abafar" e se "solidarizar" com as escolas que sofreram em seus desfiles marcados por graves acidentes alegóricos. A Unidos da Tijuca e a Paraíso do Tuiuti foram as últimas colocadas, mas permanecem na elite. Com isso, em 2018 terão 13 escolas. Duas cairão no próximo ano, com uma subindo, para voltar ao comumente número de 12 escolas em 2019. Medida semelhante ocorreu em 2012, por causa do incêndio no barracão da Cidade do Samba no ano anterior que prejudicou três agremiações (Portela, União da Ilha e Grande Rio).

Comparação dos resultados do carnaval carioca, entre 2016 e 2017

A Portela foi campeã com um décimo de ponto a mais em relação a Mangueira, vencedora do ano passado. Nota-se também a gritante ascendência da Mocidade, junto à derrocada da Tijuca. A verde e branca foi do décimo lugar a um brilhante vice-campeonato, retornando ao desfile das campeãs após 14 anos de ausência (mais um jejum findado, apesar do título ainda não vir há 21 anos). Vice do ano passado, a Tijuca pagou pelo desfile desastroso desse ano marcado pelo acidente, despencando nove posições. Ainda assim, não foi lanterna.

Das demais escolas, apenas a São Clemente não mudou de posição.

FESTA COMPLETA EM MADUREIRA: IMPÉRIO SERRANO SOBE

A dobradinha foi feita no tradicional bairro carioca. Depois da festa da Portela, foi a vez de outra tradicional escola brilhar e festejar suas glórias. A Império Serrano foi a campeã da Série A (grupo de acesso) e subiu para o Especial, após oito anos de ausência neste grupo, onde já foi nove vezes campeão. Já havia faturado esses títulos do acesso em 1998 e 2008.

A escola verde e branca homenageou o poeta Manoel de Barros. Viradouro ficou em segundo lugar e a Estácio de Sá, rebaixada do Especial ano passado, foi a terceira.

Assim termina o Carnaval 2017, nas principais cidades dos seus desfiles das escolas. Tingido de azul e branco. Até 2018!