quinta-feira, 8 de junho de 2017

Tempo de saudade

Gustavo Kuerten venceu o torneio de Roland Garros pela primeira vez no dia 8 de junho de 1997 
JEAN-LOUP GAUTREAU/AFP

PRIMEIRO TÍTULO DE ROLAND GARROS DE GUGA COMLPETA 20 ANOS

Um magrelo alto usando roupas coloridas e cabelo desgrenhado. Com a simplicidade do apelido Guga e a pinta de quem parecia ter mais habilidade com uma prancha de surfe do com que uma raquete, o catarinense Gustavo Kuerten começava há exatos 20 anos a escrever seu nome como maior tenista brasileiro e um dos principais atletas de saibro da história. Ao derrotar o espanhol Sergi Brugera, com um grandioso 3 sets a 0 (6/3, 6/4 e 6/2), o então número 66 do ranking mundial entrava de vez no rol dos grandes tenistas mundiais e ídolos brasileiros do esporte, preenchendo uma lacuna vazia de saudades deixada pelo eterno piloto Ayrton Senna, que morrera três anos antes.

Guga, então com 20 aninhos, tido como "surfista do saibro", de Florianópolis para o mundo. Azarão, Kuerten venceu atletas do top-10 da época, como o russo Yevgeny Kafelnikov (3º) e o austríaco Thomas Muster (5º), os dois campeões anteriores deste Grand Slam. Na final, a consagração em cima de Brugera, que era número 19 na época, mas foi bicampeão do aberto francês, em 1994 e 1995. Era o primeiro não cabeça-de-chave da história a ganhar, além de ser o mais mal ranqueado a ganhar.

Desse ponto para a massificação do esporte e o surgimento de novas estrelas deveria ser um pulo. No entanto, as duas décadas subsequentes foram na direção oposta. Se por um lado, o fenômeno Guga abriu o mundo do tênis a muitos jovens, por outro ninguém foi capaz ainda de se aproximar dos seus feitos. Thomaz Bellucci chegou a um 21º lugar do ranking. Mas nada de títulos do porte de um Slam, até agora o principal título do paulista foi o Torneio de Genebra de 2009.

Na época de Gustavo Kuerten, outros nomes despontaram com alguns títulos de menor expressão, como Fernando Meligeni e André Sá, este ainda em atividade para as disputas de duplas.

“Depois do Guga, faltou um investimento na base. As pessoas veem o produto pronto e esquecem a importância da base. Sem isso, fica difícil pegar um garoto de 13 anos e querer que seja um Guga. Só se for um talento nato. Faltou o incentivo principalmente em escolas e quadras públicas”, complementa Emerson.

Atualmente, o nome do tênis brasileiro vem sendo Marcelo Melo e Bruno Soares, que figuram no top 10 dos melhores do mundo na categoria de duplas.

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