segunda-feira, 4 de setembro de 2017

Delação ameaçada


RODRIGO JANOT MANDA INVESTIGAR DELATORES DA JBS; ACORDO PODE SER ANULADO

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, afirmou na noite desta segunda-feira que vai apurar indícios sobre a omissão de informações sobre a prática de crimes da JBS no acordo de delação premiada assinado pelos executivos da empresa com a PGR (Procuradoria-Geral da República).

Ele avalia, inclusive, cancelar o acordo firmado com os executivos Wesley e Joesley Batista. De acordo com Janot, a provável rescisão não invalidaria nenhuma prova obtida com os depoimentos e gravações concedidas pelos delatores. Tudo foi dito em um longo pronunciamento na sede da PGR.

O diálogo ocorreu no dia 17 de março, onde os dois conversam sobre uma suposta atuação do ex-procurador da República Marcello Miller para ajudar os executivos a fechar a delação. Na época, Miller ainda trabalhava no Ministério Público.

Saud fala ainda no áudio de uma conta corrente que tinha no Paraguai não informada no acordo de delação, fechado em maio deste ano.
A revisão da delação, destacou Janot, atinge três dos sete executivos da empresa que fecharam a delação. Além de Joesley e Saud, também será investigado Francisco de Assis e Silva, advogado da empresa.

Os irmãos Batista, especialmente Joesley, viraram notícia nacional em explosiva exatos dois meses depois, quando estourou a delação de Joesley que abalou as estruturas do governo do presidente Michel Temer e do senador Aécio Neves (PSDB-MG). Naquela delação, Aécio negociava uma propina de 2 milhões de reais, enquanto Temer foi flagrado em planejamento para comprar o silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha, preso em Curitiba.

Enquanto isso, Janot dá suas cartadas em seus últimos dias como Procurador Geral. Neste mês, ao completar 70 anos, ele deixará o cargo, que será ocupado por Raquel Dodge.

Nenhum comentário: