sexta-feira, 20 de outubro de 2017

"A força do querer faz o impossível se tornar possível"

Isabella Pinheiro/TV Globo

GRANDE SUCESSO DE REPERCUSSÃO E AUDIÊNCIA

"A FORÇA DO QUERER" SAI DE CENA COM GOSTO DE QUERO MAIS

Terminou há pouco o último dos 172 capítulos de "A Força do Querer". Com ótima repercussão e aceitação do público, a novela de Glória Perez resgatou até com folga a audiência do horário das 21h, que atravessava maus momentos desde o fracasso de "Babilônia" (2015), que perdurou pelas tramas subsequentes do horário ("A Regra do Jogo", "Velho Chico" e "A Lei do Amor").

"A Força" fechou com média geral de 36 pontos, superando a última novela de Glória Perez, "Salve Jorge", e igualando "Amor à Vida", ambas de 2013. Elevou nove pontos da antecessora, que terminou sem ter uma migalha da repercussão que tivemos no último capítulo de hoje.

Na segunda, estreia a nova atração das 21h, "O Outro Lado do Paraíso", escrito por Walcyr Carrasco. Bianca Bin, Rafael Cardoso, Sérgio Guizé, Glória Pires, Marieta Severo, Fernanda Montenegro e Lima Duarte encabeçam o time de protagonistas.

Para quem não pôde ver, confira resumidamente como foram os desfechos desta novela que deu o que falar pela discussão de temas, que até então eram pouco prováveis de serem discutidos. Deixará saudade!

Reprodução/TV Globo

Principal destaque da trama, o time feminino de protagonistas deu conta do recado para finais felizes. Principalmente a ex-traficante Bibi (brilhante Juliana Paes), que confessou ter incendiado o restaurante de Dantas (Edson Celulari), e passando um tempo na cadeia. Ganhando liberdade condicional, refez a sua vida depois de tudo que se passou como traficante e vivendo uma vida perigosa ao lado de Rubinho (Emílio Dantas). Bibi ainda se reencontrou com Caio (Rodrigo Lombardi), que voltava de viagem de Israel, e ficaram juntos. Bibi ainda lança o livro sobre sua história (que é inspirada em fatos reais), encontrando a Bibi Perigosa da vida real, Fabiana Escobar.

Rubinho, por sua vez, teve como último momento a curtir sua traição vendo Carine (Carla Diaz) fantasiada para dança árabe. Uma clara referencia à "O Clone", outro grande sucesso de Glória, que teve Carla criança interpretando Khadija e popularizou o termo "Inshalá!". O traficante traiu também seus comparsas do tráfico de drogas, especialmente Sabiá (Jonathan Azevedo), e foi morto por ele durante confrontos com a polícia militar. O mesmo acabaria baleado e preso, em operação capitaneada por Jeiza (Paolla Oliveira).

Jeiza foi outro ponto alto da trama a ter um final feliz. Além de policial, lutou e lutou muito nas artes marciais, tendo carreira a seguir no UFC. Ganhou cinturão de peso palha em luta emocionante e, no final, conquistou o coração de Zeca (Marco Pigossi), o caminhoneiro que tanto incentivou durante a luta da loira, após o mesmo ter sua vida salva por Ruy (Fiuk, muito contestado) nas águas paraenses, em reencontro a um índio (como aconteceu no primeiro capítulo, quando ainda eram crianças). Jeiza casou e teve gêmeos. Ruy e Zeca, ambos casados com a protagonista Ritinha (Ísis Valverde) e antigos rivais ardilosos, viraram amigos, embarcando juntos aos Estados Unidos para ir atrás da "sereia". Justamente no mesmo local onde Jeiza ganhava no UFC.

Silvana (Lília Cabral, em mais um grande trabalho) finalmente assumiu a culpa e o vício do jogo, ao ver os apuros passados pela filha Simone (Juliana Paiva) ser feita refém pelo agiota a quem a arquiteta devia uma dívida de jogo. Ela fez o tratamento e largou o vício, para a alegria da família e do "lerdão" do marido, Eurico (Humberto Martins).


O machão ainda passou pela provação de descobrir que seu motorista, Nonato (Silvero Pereira), é travestido Elis Miranda, cantora famosa pela luta da aceitação pela sociedade. Perdoado, Nonato seguiu bem sucedido como Elis, liderando ainda no final do capítulo um dueto com as Divinas Divas, em homenagem à drag queen Rogéria, falecida em setembro passado.

Outro final de destaque foi para Ivana/Ivan (Carol Duarte, uma das maiores revelações pela delicada história do transgênero). A mulher que virou homem foi assunto inédito nas novelas. Mesmo com o choque inicial, acabou aceita pela família e pelos pais Eugênio e Joyce (Dan Stulbach e Maria Fernanda Cândido) a fazer a cirurgia da retirada dos seios. Seu antigo namorado Cláudio (Gabriel Stauffer) o reencontra e tem uma tarde de muito amor na praia, com direito a selinho. Ivan fez valer "a força do querer" de se encontrar com seu corpo, ficando sem camisa pela primeira vez.

Outros finais até inusitados envolveram Cibele (Bruna Linzmeyer). Ex-noiva de Ruy, não quis saber mais de homem e se casou com ela mesma (ué....). É o amor próprio. Entre outros casamentos normais, tivemos Edinalva (Zezé Polessa, o pau te acha) com Abel (Tonico Pereira)

Sem falar na principal vilã da trama, Irene (Débora Falabella inspirada até o fim), que na verdade era Solange Lima e infernizou a vida de tudo a quem podia, até morrer tragicamente no capítulo de terça, numa sequencia macabra que ficou para a história. Desmascarada por Elvira (Betty Faria), sofreu com surtos psicóticos e imaginários até se encurralar diante da coroa e companhia. Irene caiu no fosso do elevador, com barriga falsa de gravidez e tudo mais. 

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E Ritinha? A principal protagonista acabou "sozinha", mas sem abrir mão de seu filho Ruyzinho, o que o fez ter duas famílias de convivência ao mesmo tempo, unindo aos laços de todo mundo. A sereia virou sereia profissional de fato, tendo uma carreira de sucesso nos Estados Unidos e tendo capas de revistas internacionais. Foi dela a última cena, com o tradicional FIM no televisor.

O último capítulo de "A Força do Querer" ganhou reportagem no "Jornal Nacional" e foi tema de Globo Repórter, mostrando como mobilizou o Brasil. Semelhante ao que aconteceu com o recente fenômeno "Avenida Brasil", em 2012.
Na audiência, o capítulo final rendeu 49 pontos de média e 52 de pico. Pode aparecer com média de 50 nos consolidados, que serão divulgados na segunda-feira.

Agora ficam as apostas e expectativas para que "O Outro Lado do Paraíso" repita o sucesso de "A Força do Querer". Querer é poder de fazer boas novelas.

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