sexta-feira, 29 de dezembro de 2017

RETROSPECTIVA 2017: planeta bola


AGORA, FALANDO DO PLANETA BOLA, QUE TEVE MUITO GRITO DE CAMPEÃO NO BRASIL E NO MUNDO E AINDA OS CAMINHOS CONHECIDOS PARA A PRÓXIMA COPA

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O CAMINHO ATÉ A RÚSSIA FOI SELADO. RUMO AO HEXA!

Na corrida para a Rússia 2018, o Brasil foi o primeiro a chegar lá. Se a situação em 2016 era adversa após a demissão de Dunga, a chegada de Tite mudou totalmente os rumos. Em menos de um ano, a seleção saiu do sexto para assumir a liderança com relativa tranquilidade nas Eliminatórias. E foi ainda no dia 28 de março, na Arena Corinthians lotada, que o Brasil selou sua classificação para a Copa como a primeira a chegar lá, ao vencer o Paraguai por 3x0.
A seleção terminaria no mais absoluto primeiro lugar das Eliminatórias, com 12 vitórias, 5 empates e 1 derrota.


Pela América do Sul, ficou para a última rodada a definição das quatro vagas restantes. Nesse meio a Argentina sofreu muito para chegar lá, correndo muito risco de ficar fora. Se classificou graças à Lionel Messi, que marcou os três gols na vitória sobre o Equador por 3x1 em Quito. Uruguai e Colômbia carimbaram as vagas diretas, enquanto o Peru superou o Chile na classificação indo para a repescagem. Isso mesmo, o campeão das últimas duas Copas Américas, ao perder de 3x0 para o Brasil na despedida, se deu muito mal e ficou fora.
O Peru por sua vez fez a festa, ainda que sem sua maior estrela, Paolo Guerrero, pego no antidoping. Ao vencer a Nova Zelândia no último jogo das Eliminatórias gerais da FIFA, foi a última seleção classificada. Volta à Copa após 36 anos de espera.


Na Ásia classificaram Irã, Coreia do Sul, Japão e Arábia Saudita, com a Austrália (Oceania) pegando vaga na repescagem diante de Honduras.
Na África, apenas a Nigéria se firmou em relação as seleções que jogaram o Mundial no Brasil. A campeã continental de 2017, Camarões, ficou de fora junto com Costa do Marfim e Gana, presenças tarimbadas nas últimas Copas. Deram lugar aos retornos de Egito, Marrocos, Senegal e Tunísia.

E na CONCACAF, vexame: numa fase final de seis seleções (hexagonal), os Estados Unidos conseguiu perder o último jogo, quando só precisava de um empate contra a lanterna, e assim ficou fora. Classificaram México, Costa Rica e Panamá, pela primeira vez.

E NA EUROPA? Mais surpresas à vista.
Uma muito comemorada, a Islândia e sua fanática torcida de marcante comemoração, que virou hit na Eurocopa de 2016. Desbancando seleções de nome como Croácia, Turquia e Ucrânia, garantiu vaga direta para disputar o primeiro Mundial de sua vida, sendo a menor população desde Trinidad e Tobago (2006) a entrar na disputa. A Croácia se classificaria na repescagem. Ambas se enfrentarão de novo na Rússia.
França, Portugal, Alemanha, Sérvia, Inglaterra, Polônia, Espanha e Bélgica foram as outras a irem direto. Aliás, ano excelente para o selecionado inglês, que contou com a estrela do atacante Harry Kane, o maior artilheiro com 56 gols marcados, desbancando a dupla Messi e CR7, que monopolizaram a "Chuteira de Ouro" desde 2009. Na base, mais sucesso ainda: O English Team conquistou os mundiais sub-20 e sub-17, repetindo o feito duplo do Brasil de 2003.
E o restante dos segundos colocados na repescagem. O sorteio reservaria um Itália x Suécia para fazer história. Mesmo.
A Holanda, terceira colocada em 2014, não passou de um terceiro lugar no grupo com França e Suécia e é mais uma forte ausência para 2018.

Nas repescagens europeias, Croácia e Dinamarca despacharam Grécia e Irlanda. A Suíça passou pela Irlanda do Norte.
E A AZZURRA? Sim, eis o maior dos vexames da ausência na Copa. A tetracampeã mundial fracassou e não teve competência para fazer gol diante da forte defesa sueca, que venceu em casa por 1x0 e, em Milão, segurou um empate sem gols, garantindo seu retorno à Copa após 12 anos. A Itália ficou de fora depois de SESSENTA ANOS. Mico total, para envergonhar o veterano e respeitado goleiro Buffon, que anunciou aposentadoria da seleção e não poderá disputar sua sexta Copa (iria se igualar ao também goleiro mexicano Carbajal).

Lá vêm eles de novo: jovens prometem manter Alemanha no topo por muitos anos

No evento-teste, a Copa das Confederações de 2017 não teve muito sucesso de público na Rússia, em relação ao torneio no Brasil de 2013, e com isso deverá ser extinto. A própria anfitriã fez feio e não passou da primeira fase, caindo diante de Portugal e México.
A campeã?? Para variar a Alemanha, mesmo com um "time B", que tinha no máximo o meia Draxler, eleito o melhor jogador. A atual campeã mundial venceu o Chile na final, por 1x0, gol de Goretzka após falha bisonha de Marcelo Díaz.


E SAÍRAM OS GRUPOS DA COPA

Voltando a falar da Copa 2018, em 1 de dezembro foi feito o sorteio dos grupos em Moscou, e o que muito se temia para muitas seleções não ocorreu, escapando de possíveis grupos da morte. O Brasil pegou uma chave "mamão com açúcar". Está no Grupo E, com Suíça, Costa Rica e Sérvia. Jogará nas cidades de Rostov, São Petersburgo e Moscou, respectivamente, nos dias 17, 22 e 27. A abertura ficará por conta de Rússia e Arábia Saudita, em 14 de junho.


CLUBES


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HALA MADRID POR EUROPA E MUNDO

Os merengues dominaram o mundo novamente, liderados por Cristiano Ronaldo e companhia. Com show do português, mais uma vez artilheiro e quinta vez melhor jogador do mundo, o Real Madrid goleou a Juventus na final da Liga dos Campeões por 4x1, em Cardiff, faturando o 12° titulo europeu. O gajo fez dois gols na finalíssima da competição, marcada especialmente por um histórico 6x1 do Barcelona em cima do Paris Saint-Germain, após levar de 4x0 no jogo de ida, com Neymar desequilibrando tudo no jogo mais histórico deste ano.

O Real foi regido à batuta do francês Zinedine Zidane, e faturaria ainda o Espanhol, a Supercopa, Supercopa da UEFA diante do campeão da Liga Europa, Manchester United, e por fim o Mundial de Clubes em cima do Grêmio.

Mesmo derrotada na final europeia, a Juventus se sagrou campeã italiana pela sexta vez seguida, tal qual o Bayern na Alemanha. O Benfica ganhou o tetra português, mas dá vexame na atual temporada, indo mal no Português e eliminada na atual Champions sem marcar um misero ponto. Diante de altos e baixos, o Chelsea voltou a faturar o Campeonato Inglês. E o Mônaco destronou o PSG, voltando a conquistar o Francês depois de 16 anos.

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NEYMAR, O MAIS CARO DO MUNDO

Cinco meses depois daquele 6x1 histórico do qual foi protagonista, eis que inesperadamente Neymar muda de lado e surpreende o mundo da bola. Ele agora seria jogador do Paris Saint Germain, por quase 1 bilhão de reais, tornando-se a transação mais cara da história do futebol mundial. O PSG ainda contrataria de lambuja a revelação francesa Mbappé, craque nacional do título monegasco da temporada anterior (por empréstimo), além de Daniel Alves.
Por enquanto, o time lidera sem sustos o Francês, com boas exibições de Neymar, que forma trio com Mbappé e o uruguaio Cavani, o chamado MCN. Mesmo com alguns desentendimentos levantados pela imprensa, Neymar e Cavani deixam claro que são amigos dentro e fora dos campos.

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ANO DE MUITOS ADEUS

Grandes nomes recentes do futebol, muito idolatrados em jogos de videogame na década passada naturalmente, se despediram dos gramados reais deste ano.
Os nomes variam de Andrea Pirlo, Xabi Alonso, Frank Lampard, Philip Lahm, Didier Drogba (quase veio para o Corinthians!)... aqui no Brasil, neste fim de ano vimos o adeus de Kaká, que pendurou as chuteiras pelo Orlando City. O último a ganhar o premio de melhor do mundo antes da dinastia Messi/CR7, em 2007 no auge pelo Milan, foi agraciado nas redes sociais, sobretudo pela torcida do São Paulo, clube onde foi revelado e grande ídolo.


O futebol brasileiro teve os primeiros títulos com os estaduais, além da Copa São Paulo conquistada pelo Corinthians em sua décima vez.
O ano seria reluzentemente bom ao Timão, tachado pela imprensa de "quarta força". Conseguiu calar os críticos, em meio ao trabalho sério do efetivado técnico Fábio Carille, que mais para frente se consolidaria um grande campeão. Ganhou o Paulistão num revival de 1977, cuja final foi diante da Ponte Preta. Flamengo e Atlético-MG ganharam os outros estaduais.
A surpresa positiva ficou por conta do Novo Hamburgo, pela primeira vez campeão gaúcho. Melhor campanha desde a primeira fase, superou os limites e derrotou Grêmio na semi e Internacional na final, ambas as vezes nos pênaltis. Interrompeu-se a sequencia de seis títulos consecutivos do Colorado. Noia gigante!
Chapecoense, Coritiba, Goiás, Vitória, Sport, Ceará, Paysandu e Atlético Acreano foram alguns dos demais campeões estaduais.
Nos torneios regionais, o Bahia faturou a Copa do Nordeste em cima do Sport. O Luverdense conquistou a Copa Verde.


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IMORTAL TRILEGAL; TRICAMPEÃO DA AMÉRICA!

Uma nova era da CONMEBOL se iniciava, com a disputa mais longa de ano inteiro para a Taça Libertadores da América.

O Grêmio devolveu ao Brasil o título continental após 4 anos, se sagrando o grande campeão! Numa campanha sólida em que não chegou a pegar campeões continentais, valeu o bom futebol apresentado nos jogos que se deu, para muitos, o melhor time brasileiro do ano.
O time de Renato Gaúcho ficou na contramão dos investimentos caros e pesados por parte de Palmeiras, Flamengo e Atlético Mineiro. Todos os três, além de não irem longe na Libertadores, decepcionaram na temporada em geral. O Palmeiras não ganhou nem o Estadual, mas nem por isso os que ganharam ficaram para trás nas decepções. Pela terceira disputa seguida, o Fla caiu na fase de grupos, ao perder nos minutos finais de virada para o San Lorenzo, sendo ultrapassado ainda pelo Atlético-PR no Grupo 4. Os mineiros seriam eliminados nas oitavas para o modesto Jorge Wilstermann da Bolívia. Assim como o Palmeiras sucumbiu diante do Barcelona de Guayaquil nos pênaltis. A Chapecoense, estreante na competição, só foi eliminada por erro administrativo, ao escalar de forma irregular o zagueiro Luiz Otávio.

Na contramão dos grandes investimentos que fracassaram, um limitado Botafogo surpreendeu a todos da melhor maneira e foi longe com todos os gostos e méritos. Passou da fase Pré-Libertadores tirando Colo Colo e Olímpia. Nos grupos, despachou o então campeão Atlético Nacional e o Estudiantes. Nas oitavas, a vítima foi o Nacional.
Só parou nas quartas, diante de quem seria campeão. Nesta mesma fase o Santos, que estava com uma campanha sólida e invicta, derrapou feio na Vila Belmiro e foi mais uma vítima do Barcelona. Nos demais jogos, grandes viradas argentinas. O River Plate tomou 3x0 do Jorge Wilstermann na Bolívia. Na volta, enfiou 8x0. O Lanús derrotou o San Lorenzo nos pênaltis.

O duelo argentino de semifinal terminaria de forma épica. O River venceu primeiro por 1x0. No segundo jogo, na casa do Lanús, abriu 2x0 e parecia encaminhar a vaga. Mas o time grená reagiu espetacularmente e virou o jogo para 4x2, garantindo-se na final de forma incrível. Do outro lado, o Grêmio espantou a zebra equatoriana. Com autoridade, aplicou 3x0 na casa deles, com show de Luan, marcando dois gols, e uma defesa monumental de Marcelo Grohe, um dos heróis do titulo. Na volta se deu ao luxo de perder por um gol.

A GRANDE FINAL

Grêmio e Lanús lotaram seus estádios nos seus mandos de jogos. A primeira decisão em Porto Alegre foi amarrada, com os argentinos retrancando e avançando melhor para o ataque. Mas o Tricolor acordou no segundo tempo, martelou muito e foi premiado com um gol achado e improvável de Cícero, após passe de cabeça de Jael.
Na volta na Argentina, aconteceu o contrário. O Grêmio não teve medo algum do caldeirão em que se viu e impôs facilmente seu bom futebol, abrindo 2x0 ainda no primeiro tempo, com golaços de Fernandinho e Luan. Sand ainda diminui de pênalti, mas não havia jeito. A América seria mesmo tricolor, trilegal.
Nem mesmo a derrota para o Real Madrid na final do Mundial, no qual não teve como exercer seu futebol e dando apenas um chute, desanimou o fim de ano que se desenhou feliz a torcida gremista.


REI DE COPAS

Assim como a Libertadores, a Copa Sul-Americana ganhou ainda mais importância e também passou a ser disputada integralmente ao ano inteiro. Tendo também um grande copeiro como campeão.

O Independiente de Avellaneda superou o Flamengo (vindo da Libertadores) em duas provocativas decisões, manchadas por badernas de suas torcidas - em especial a do Fla, que barbarizou nos entornos do Maracanã -. Vitória por 2x1 na Argentina e, na volta, empate em 1x1, com gol do título do promissor meia Ezequiel Barco, de apenas 18 anos e que já jogará no futebol dos Estados Unidos em 2018.
Além de Flamengo e Chape, os brasileiros representantes desde a primeira fase da competição foram Corinthians, Ponte Preta, São Paulo, Cruzeiro, Fluminense e Sport.

LONDRINA GANHA A PRIMEIRA LIGA, QUE PERDE FORÇA

Bem diferente do barulho causado em 2016, a segunda edição da Primeira Liga fracassou neste ano, diante da mútua falta de datas que alongou à beça a sua duração. Começada em janeiro, terminou apenas em outubro, e só por datas em meio a disputa de Eliminatórias.
Com mais times em disputa, 16 (ausência do Atlético-PR e do Coritiba), times do Sul, Rio e Minas, além do Ceará, foram os participantes. E o campeão foi o Londrina, a melhor campanha da primeira fase, jogando num grupo menos badalado que tinha Paraná, Figueirense e Avaí.
Na fase seguinte, eliminou o campeão de 2016, Fluminense, depois o Cruzeiro nos pênaltis.

E novamente nos pênaltis, o Tubarão contou com o brilho do goleiro César e derrotou o Atlético Mineiro na final.
A Primeira Liga não deve ser realizada no próximo ano, com um calendário ainda mais apertado e de prés-temporadas mais curtas, devido à Copa do Mundo.



PINTANDO O PENTA NA COPA DO BRASIL

Deu Cruzeiro na Copa do Brasil de 2017, novamente remodelada e com ainda mais clubes e uma disputa democrática, devido à espichada da Libertadores.
Com quatro fases antes das oitavas de final na qual entram os participantes do torneio continental, mais o campeão da CN, Copa Verde e Série B do ano anterior, cinco times completariam a relação das oitavas com os 11 times pré-qualificados. Justamente, o Cruzeiro foi um deles, sendo o único time sem disputar a Liberta a passar das oitavas, eliminando a Chapecoense (antes, passou pelo São Paulo, além de Murici, São Francisco e Volta Redonda).
Nas fases seguintes, eliminou um por um campeões de edições anteriores. Nas quartas, dois grandes duelos diante do campeão de 2015, Palmeiras. Com direito a susto desnecessário, depois do 3x3 no Allianz Parque, quando chegou a abrir 3x0 ainda no primeiro tempo. No segundo duelo, buscou na bacia das almas o empate em 1x1, com gol de cabeça heroico do lateral Diogo Barbosa, no Mineirão. Um dos jogadores mais regulares desta temporada, Diogo jogará pelo Verdão em 2018.

Na semifinal, grandes duelos entre Cruzeiro e Grêmio, e do outro lado Flamengo e Botafogo preenchendo o Maracanã. O Fla levou a melhor com golaço de Diego em grande jogada do colombiano Berrío. No outro duelo, deu Grêmio no primeiro jogo. No segundo, a Raposa devolveu o placar com gol de cabeça de Hudson. Nos pênaltis, Fábio parou Luan e os mineiros despacharam o campeão de 2016.

Na grande final, o Maracanã lotou para o primeiro jogo, realizado na incomum quinta-feira de 7 de setembro. O resultado foi 1x1, com gol polemico de Lucas Paquetá e o empate feito por Arrascaeta, após falha do goleiro Thiago.
Na volta, Mineirão também lotado, mas que presenciou um 0x0 sem graça no tempo normal. Só os pênaltis para decidir a parada. Fábio foi novamente herói, parando outro craque adversário (Diego). Na contramão, Alex Muralha (péssima temporada) caía sempre no mesmo canto, facilitando os gols cruzeirenses. No pênalti derradeiro, Thiago Neves escorregou, mas fez o gol do título. A Raposa bordou como queria a quinta estrela do seu escudo para evidenciar o pentacampeonato da CB, se igualando aos gremistas.

AMÉRICA DESBANCA INTER NA SÉRIE B; CEARÁ E PARANÁ CELEBRAM, PERNAMBUCO CHORA

Agora falemos das divisões do futebol nacional.
A Série D teve os paranaenses do Operário como campeões, subindo juntamente com Globo, Atlético Acreano e Juazeirense.
Na Série C, festa com os acessos nordestinos. Em especial com o "fim de um martírio fortalezense". O Fortaleza finalmente subiu de volta à Série B, após amargar oito anos na Terceirona. Fará companhia a Sampaio Corrêa e ao campeão CSA, que venceu o Tricolor na final. O outro ascendente foi o São Bento.

E o Internacional ficou na seca de título no ano, não conquistando nem mesmo a Série B que disputou a primeira vez. Ao menos conseguiu subir, entre altos e baixos. O time titubeou no início, demitiu Antônio Carlos Zago, contratou Guto Ferreira vindo do Bahia e daí resolveu deslanchar, assumindo a liderança. Por algum motivo, empacou na reta final e deixou a ponta escapar, ficando mesmo com o vice-campeonato e um jejum de cinco jogos sem vencer. O acesso foi selado na antepenúltima rodada, num empate sem gols com o Oeste, surpresa deste campeonato que terminou em sexto lugar (sempre oscilou entre o 15° e 16° nas disputas anteriores).

O campeão foi o América Mineiro, repetindo o feito de 20 anos atrás. Com uma campanha mais consistente, foi o primeiro a retornar a elite de onde caiu junto com o Inter em 2016. Confirmou o título na rodada final, ao vencer o CRB por 1x0, gol de Rafael Lima.
Festa também para Ceará e Paraná, que voltam à elite após anos de ausência. Especialmente o tricolor paranista, que esperou por 10 anos, num período em que chegou a ser ameaçado de extinção e disputou uma segunda divisão estadual. Tremenda volta por cima. O Vozão, com o veteraníssimo Magno Alves na labuta artilheira, ainda que no banco de reserva, volta após 7 anos.

Tristeza pernambucana, com uma dupla queda de tradicionais rivais de Recife. Santa Cruz e Náutico pagaram pelo péssimo momento administrativo e irão disputar a Série C, junto ao ABC e Luverdense.


O RENASCIMENTO DA CHAPE

A Chapecoense conseguiu deixar para trás os traumas da tragédia na Colômbia em 2016 e, um ano depois, encerra uma temporada feliz, com uma difícil reconstrução que terminou com recompensas acima do esperado.
Bicampeão catarinense e vice da Recopa Sul-Americana, numa histórica decisão de ida e volta contra o Atlético Nacional, time que tanto prestou homenagens depois do acidente e a concedeu ao título de campeã da Sul-Americana de 2016, a Chape se reergueu, ainda que tenha perdido em Medellín por 4x1, após vencer em 2x1 a primeira partida em Chapecó.
Para a nova Chape, nomes como Wellington Paulista, Arthur, Túlio de Melo, Apodi e Reinaldo foram as bases que compuseram o time titular na maior parte do ano. Independente do erro cometido que custou a eliminação na Libertadores, o Verdão do Oeste brilhou como pôde em outras disputas. No Brasileirão, chegou a ser líder por duas rodadas, até o Corinthians assumir a ponta e não largar mais. Veio uma derrocada e resultados ruins que a levaram a briga contra o rebaixamento, com Vagner Mancini sendo demitido. Vieram Vinicius Eutrópio e, depois, Gilson Kleina, que conseguiu ajeitar a casa.

Em meio a isso, turnês pelo mundo foram realizadas, muito para angariar fundos para indenizar as famílias dos jogadores e comissão técnica que perderam a vida na tragédia. O encontro contra o Barcelona, no Trofeu Joan Gamper, marcou o retorno do sobrevivente Alan Ruschel aos gramados. Um milagre da vida diante de 70 mil pessoas no Camp Nou. Alan jogaria outro amistoso contra a Roma - marcando um gol de pênalti -. No Japão, perdeu a Copa Suruga para o Urawa Red. Os outros sobreviventes seguem a vida em ativa. O zagueiro Neto voltou a jogar em um amistoso beneficiente na Arena Condá. E o ex-goleiro Jakson Folmann se casou.

E enfim voltando ao Brasileirão, o time recuperou forças, saiu da degola e emplacou a melhor campanha do segundo turno. Mais do que a permanência, conseguiu o que era pouco imaginável até certo ponto. Na última rodada, com o gol da vitória aos 50 minutos diante do Coritiba, marcado por Túlio de Melo, classificou o time à disputa Pré-Libertadores, para a emoção transbordante do narrador e sobrevivente Rafael Henzel, que chorou de alegria na narração de tal gol.
E para 2018, é se preparar e jogar novamente com o Nacional do Uruguai, para avançar da Pré-Libertadores. Vida que segue com muita força.
Que ano. Que volta por cima! Vamos Chape!

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Outras grandes historias do ano.
O Vasco era um dos times desacreditados em sua volta no Brasileirão, sendo apontado candidato ao rebaixamento novamente. Um início desastroso evidenciava tudo. Mas aos poucos o time se reergueu. No segundo turno, veio Zé Ricardo, que antes treinava o rival Flamengo. E o cruz-maltino se fortaleceu ainda mais, com um segundo turno mais consistente. Assim como a Chapecoense, também vai disputar a Pré-Libertadores, calando os críticos.

O Botafogo perdeu fôlego na reta final do campeonato e ficou de fora da próxima Liberta, mesmo estando a maior parte do campeonato alternando entre o quinto e sexto lugar. Mas protagonizou de lá a história mais bonita do ano, por parte do atacante Roger. Ele tem a filha Giulia, de 11 anos, que é cega, e emocionou o Brasil ao contar, de maneira lúdica e em braile, um gol marcado pelo pai. A menina viria a ser homenageada em massa pela torcida num dos jogos botafoguenses no Engenhão.
Posteriormente, Roger se afastaria dos gramados para tratar de um tumor nos rins. E no fim do ano, se transferiu para o Internacional. 

"QUARTA FORÇA É O... CARILLE"
BANDO DE LOUCOS CELEBRA O HEPTA BRASILEIRO

O Corinthians faturou o sétimo título de campeão brasileiro, tornando-se o maior vencedor desde a atual denominação assumida a partir de 1971.

Antes tachada de "quarta força", termina como time mais vencedor dos grandes do Brasil, com dois títulos.
O Corinthians sobrou no Brasileirão de 2017, desbancando outros times considerados mais favoritos ao título, mesmo os que não disputavam Libertadores ou outra competição de nível. Se tornou heptacampeão e o time mais vencedor na era dos pontos corridos. Na estreia, um empate em 1x1 com a Chapecoense em casa. Mas depois, uma grande série de vitórias o colocou na liderança na quinta rodada, da onde não saiu mais (vitória de 5x2 sobre o Vasco).
Venceu os três clássicos com os rivais e seguiu invicto, num primeiro turno histórico e irrepreensível. 47 pontos conquistados.
Aí veio o segundo turno e uma forte queda de rendimento, com derrotas em casa para lanternas do campeonato e más apresentações. O time viu Grêmio, Palmeiras e Santos encostarem mais perto na tabela. Derrotas para Bahia, Botafogo e Ponte Preta irritaram a torcida. Até na TV comentaristas exaltados ficaram "pistolas", caso do ex-jogador Neto. Dentro do programa "Os Donos da Bola" da Band, fez um desabafo generalizado que viralizou na internet e, indiretamente, acabou sendo motivacional para o time "acordar", pois teria o clássico com o Palmeiras pela frente.

Venceu este Dérbi marcante, em 5 de novembro, por 3x2. E vieram outras três vitórias seguidas. A últimas delas, virada sobre o Fluminense por 3x1, com dois gols do craque do campeonato Jô e do camisa 10 Jádson, marcando o gol que selou o título de heptacampeão.


Jô foi o grande nome da conquista corintiana, juntamente com Balbuena, Guilherme Arana, Rodriguinho, o goleiro multicampeão Cássio e companhia.
Reforço de 2017 vindo sob desconfiança, após uma temporada irregular na China e fracasso na Copa, além de "baladas", Jô tratou de se converter e se dedicar mais aos campos novamente, no clube onde revelou. Tudo deu muito resultado, com o camisa 7 marcando 18 gols na campanha vitoriosa, sendo o artilheiro do campeonato ao lado de Henrique Dourado, do Fluminense. Terminou o ano se despedindo como herói no clube, pois foi vendido ao Nagoya Grampus do Japão, por 43 milhões de reais.

O Palmeiras foi o vice-campeão, seguido de Santos, Grêmio, Cruzeiro e Flamengo, classificados à Libertadores diretamente dos grupos. Foi um G6 que acabou virando G8, ajudando Vasco e Chape.

Ano especialmente decepcionante para São Paulo e Fluminense, por exemplo. Os paulistas começaram na ousada aposta de ter o ídolo Rogério Ceni como técnico. Marcou mesmo a precoce eliminação na Sul-Americana para o modesto Defensa y Justicia em pleno Morumbi. Ceni acabou demitido com o time no Z4, onde ficou por um bom tempo (o ídolo treinará o Fortaleza em 2018). Mas aí veio Dorival Junior, com a batuta da volta de Hernanes, e o time se salvou.

O Flu, atolado em muitas dívidas, fez uma temporada ainda mais irregular, marcada a perda do título estadual para o Flamengo, time que o eliminou também nas quartas de final da Sula após um emocionante empate de 3x3. Mesmo no quilate do técnico Abel Braga, que tirou leite de pedra para, ao menos, livrar o time do rebaixamento, com o faro artilheiro de Henrique Dourado. O "Ceifador" foi o que mais marcou gols no ano, com 32.
Abelão passou por uma tragédia familiar, perdendo o filho João Pedro em acidente doméstico em julho. Foi homenageado por torcidas de outros times para seguir seu trabalho em frente.

Caíram para a Série B o Coritiba, Avaí, Ponte Preta e Atlético Goianiense. Este último, talvez, o que "caiu de pé", pelo segundo turno feito. Foi o lanterna que mais pontuou desde o Ipatinga em 2008.
Sport e Vitória, assim como em 2016, se salvaram da degola na última rodada. Os baianos, mesmo perdendo em casa, como perderam tanto ao longo deste campeonato. Se salvou pelo ótimo desempenho forasteiro.

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E aqui termina a retrospectiva esportiva de 2017, cheia de história para contar.
A história do ano continua amanhã, contando os causos do entretenimento e do mundo dos famosos, e uma homenagem singela aos que saíram de cena.

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