sexta-feira, 2 de março de 2018

Efemérides (estreia): o adeus aos Mamonas Assassinas

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Ano novo, quadro novo no Jornal da Internet!
Hoje estreia a sessão "Efemérides". O significado da palavra representa o gênero "efêmero", seguido a recordação de fatos ocorridos em determinada data.

E a efeméride de hoje, 2 de março, representa um dia que o Brasil inteiro chorou o fim trágico de uma das bandas musicais mais famosas do país. Há 22 anos, o grupo Mamonas Assassinas "partiu para o espaço". Uma forma metafórica de representar o tanto que foi o sucesso curto e meteórico da banda.

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O grupo foi formado em Guarulhos, Grande SP, sendo antes chamado de Utopia ao inicio dos anos 90. Eis os integrantes: Alecsander Alves, o Dinho, vocalista e baiano de Irecê; os irmãos Sérgio Reoli e Samuel Reoli (sobrenome Reis de Oliveira), baterista e baixista respectivamente; Júlio Rasec (César ao contrário), tecladista; e Alberto Hinoto, ou Bento Hinoto, guitarrista; Tinham entre 22 e 26 anos. Todos estes de Guaralhos.

Inicialmente era uma banda cover e tocava sucessos de outras bandas. Fizeram um disco próprio, onde o número de vendas de cópias não passou de 100. De repente, foram descobertos por produtores musicais, incluindo Rick Bonadio. Em 1995, mudaram o nome para Mamonas Asssassinas e, diretamente dos Estados Unidos, gravaram o primeiro e único disco homônimo. E tudo mudou da água para o vinho, o CD foi um sucesso estrondoso.

Com 14 faixas e lançado em julho, o disco atingiu impressionantes 2 milhões de cópias vendidas até o fim daquele ano, considerando também o começo de 1996. De lá para cá, foram 180 shows na curta, mas vitoriosa carreira musical. Chegava-se a fazer até quatro shows por dia, em diferentes localidades. Apenas os estados do Acre e do Tocantins não chegaram a receber uma apresentação. E o cachê, que antes não chegava a 8 mil reais, ultrapassou a barreira dos 70 mil, sendo o mais caro de todos os artistas brasileiros. E os recordes continuavam quebrados, tendo até reconhecimento mundial.

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O vídeo acima é uma performance de "Jumento Celestino", executado em um dos muitos shows dos Mamonas. E as imagens, claro, representam um dos maiores hits, "Pelados em Santos", contando com sua excêntrica Brasília amarela, antigo veiculo da Volkswagen. Empresa alemã que, aliás, serviu de inspiração para a logomarca da banda estampada em seu CD, cujo desenho original virou de cabeça para baixo e foi acrescentado um risco a mais para formar o A em baixo do M, imagem também contida na capa que tinha uma mulher com os seios de fora.

Público que incluía até crianças pequenas cantarolavam os versos "Mina! Seus cabelo é da hora, seu corpão um violão!..." e "Você me deixa doidjão!" deste hit. E outros sucessos de "Vira Vira" (homenagem à música portuguesa, especialmente para Roberto Leal), "Chopis Centis" e "Robocop Gay" ("abra sua mente, gay também é gente"). Muitos deles continham palavrões, mas que parecia inocentes àquela época. Talvez esses tipos de música não seriam bem aceitos se fossem nos dias atuais, em meio tão comentado politicamente correto que se influencia na mídia social e digital.

Os Mamonas Assassinas, além dos incontáveis shows, apareciam quase todos os domingos no antigo "Domingo Legal" com Gugu Liberato, dando recordes de audiência ao SBT, que também os abrigou em outros programas da casa, como "Programa Livre" e "Jô Soares Onze e Meia". A Globo também não deixou por menos, em participações no "Xuxa Hits" e "Domingão do Faustão".

O ano de 1996 iniciava mais um capítulo a parte do grupo, que encontrava-se no auge da carreira. No primeiro sábado daquele ano, realizaram o sonho de tocarem e também lotarem de público o ginásio "Thomeuzão" em Guarulhos. Anos antes, um produtor fechou a porta "na cara deles" vetando qualquer tipo de apresentação. Naquela noite, já no palco, Dinho fez um desabafo explosivo para que todos pudessem correr atrás de seus sonhos, pondo o público em êxtase. Quase uma marca registrada, bem como os seus trejeitos e roupas usados nas apresentações. Na maioria das vezes, vestidos como Chapolin Colorado, ou então He-Man, Batman e Robin, etc.. na última apresentação, viraram o coelho Pernalonga.

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A imagem acima representou o último show dos Mamonas, no estádio Mané Garrincha em Brasília. Na noite do acidente, Dinho, Júlio, Sérgio, Samuel e Bento se despediram do público brasileiro, pois no dia seguinte embarcariam para uma inédita turnê internacional, começando por shows em Portugal.
INFELIZMENTE, ISSO NUNCA ACONTECEU.

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No fim da mesma noite de 2 de março de 1996, um sábado, embarcavam de volta para suas casas, mas o avião de modelo Learjet, prefixo PT-LSD, se chocou na Serra da Cantareira, ao lado do Aeroporto Internacional de Guarulhos em São Paulo, a poucos quilômetros. Todos os cinco integrantes morreram no acidente, além de dois ajudantes de palco, o piloto e copiloto. A versão da Defesa Civil de SP afirmou à época que houve uma possível desorientação do piloto, cuja aeronave arremeteu. A torre de controle havia solicitado fazer uma curva à direita de acordo com o setor que se localizava, mas acabou virando à esquerda, onde caiu de encontro às pontas das montanhas da Serra da Cantareira.
No começo da manhã de domingo, os destroços eram localizados e o resgate foi dramático, com apenas partes dos corpos sendo içados e destinados ao Instituto Médico Legal. O velório e enterro das vítimas, no dia 4, reuniu cerca de 60 mil fãs, desolados com a tragédia que se abateu e comoveu o país inteiro.
Foram somente 8 meses para se desfrutar de um curto e meteórico sucesso.

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Mas o legado continuou por eternamente, e até hoje os Mamonas Assassinas são lembrados como lendas do pop, rock, hardcore, groove... enfim, vários estilos musicais que quiseram cantar e dançar, até mesmo samba!
Discos póstumos foram lançados depois do trágico acidente, com direito a músicas inéditas ao longo dos anos. Quando se completaram 10 anos das mortes, o disco "Mamonas Ao Vivo" foi lançado com sucesso, rememorando em áudio um show realizado em Valinhos, interior paulista. Teve no fim do CD a inédita "Não Peide Aqui Baby", paródia de "Twist and Shout" dos Beatles.
A banda ainda foi por diversas vezes homenageada em programas especiais de televisão. "Robocop Gay" foi tema de novela na Record ("Caminhos do Coração" em 2007). Na Globo, por exemplo, o programa "Por Toda Minha Vida" dedicado a eles, em 2008, deu audiência recorde para o horário em que fora exibido (quase perto da meia-noite).

Os anos se passam, a cada 2 de março fica essa memória do triste acontecido, mas a irreverência e o escracho divertido jamais se esquecerá.. Vivam os Mamonas Assassinas!

Um comentário:

Kleber Nunes disse...

Não dá pra esquecer os inesquecíveis Mamonas Assassinas apesar de uma carreira breve, mas marcante cantou e encantou crianças e adolescentes da época e por ironia seu último show foi em Brasília. Como não esquecer da Brasília Amarela do hit Pelados em Santos, Vira Vira e Robocop Gay, músicas que fizeram sucesso nas rádios. Me lembro daquele domingo 3 de março de 1996 quando recebi a notícia não acreditei, custei a acreditar e nesse mesmo dia para lembrar o Gugu atingia seu maior pico de audiência com o Domingo Legal que ainda não competia com o Faustão com uma edição ágil que contou em detalhes a tragédia. Seja bem vindo de volta!