sábado, 21 de abril de 2018

Luto no cinema novo

MORRE O CINEASTA NELSON PEREIRA DOS SANTOS

E o obituário não para de aumentar, infelizmente, nesta semana que vai terminando.

Morreu aos 89 anos o diretor de cinema Nelson Pereira dos Santos, um dos precursores do Cinema Novo do Brasil. O cineasta estava internado desde a quarta-feira, dia 12, com uma pneumonia, no hospital Samaritano do Rio de Janeiro. Na internação foi constatado um tumor no fígado, já em estágio avançado, que causou a morte do diretor.

Nelson foi o primeiro cineasta a ocupar lugar cativo na Academia Brasileira de Letras, onde era dono da cadeira 7. Lá será velado o seu corpo. Ele deixa a mulher Ivelise Ferreira, quatro filhos e cinco netos. Completaria 90 anos em outubro.

A sua trajetória teve como marco de impacto o ano de 1955, com a introdução ao Cinema Novo, ao lançar o filme "Rio 40 Graus", junto a canção-denúncia de Zé Ketti, "O Morro Não Tem Vez". O que era uma verdade na época, porque os morros não tinham mesmo vez no cinema nacional. A obra gerou reações do governo, que chegou a censurá-la.

Era só o começo da trajetória daquele que se tornaria um dos maiores cineastas do país, um diretor que buscou ler e desenhar o Brasil em cada um de seus trabalhos, que teve auges com documentários sobre a seca do Nordeste, evidenciado em "Vidas Secas" (1963), baseada na vida de Graciliano Ramos e um dos filmes mais premiados da história do cinema nacional, e uma adaptação literária de "Tenda dos Milagres" (1977). O último trabalho foi o documentário “A luz de Tom” (2012), sobre o maestro Tom Jobim.

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