O próximo campeão

FINAL DO INEDITISMO

O mundo parará neste domingo diante das televisões espalhadas por aí, para a grande final da Copa do Mundo entre França x Croácia. Especialmente os europeus fãs do futebol de alto nível. Mais especialmente os franceses em sua terceira final, no sonho da segunda estrela mundial. E muito muito mais especialmente para os 4 milhões de habitantes croatas, prontos a testemunhar o momento máximo do futebol de lá. São dois países prontos a fazerem história.

E não faltam jogadores notáveis para serem os protagonistas da decisão.

Mbappé? Griezmann? Rakitic? Modric?

Muito em especial, Kylian Mbappé ou Luka Modric serão os maiores rivalizados, além da liderança e conquista do título, a condição de craque da Copa (independente dos critérios da FIFA). Os dois camisas 10 fizeram a diferença nas campanhas dos times.

O jovem francês de 19 anos não era nascido quando a França derrotou o Brasil na final de 1998. E agora, o jogador, revelado no Monaco e astro no PSG, tem a chance de ser bi dentro de campo, na condição de protagonista máximo na Rússia. E não por menos, o craque croata, atuante no Real Madrid, é o protagonista quadriculado. Arrebentou na primeira fase, especialmente, e teve momentos de passes geniais no mata-mata.

Enquanto os camisas 7 serviram de coadjuvantes de luxo, muito importantes quando foram precisos. O francês Antoine Griezmann, no sonho de ser o melhor do mundo, tem três gols marcados e é peça fundamental no esquema do técnico Didier Deschamps, que levantou a taça mundial em 1998 e pode repetir o feito para poucos, sendo campeão como jogador e treinador. Do lado croata, Ivan Rakitic foi decisivo, especialmente, ao marcar os gols derradeiros nas penalidades.

E aí vai o X da questão. França ou Croácia, quem foi mais consistente? Explica-se um paralelismo: a França confirmou o favoritismo no Grupo C, mas longe de encantar. Deslanchou mesmo na fase final, vencendo bem e sempre no tempo normal seus confrontos.

A Croácia fez uma primeira fase PERFEITA, com nove pontos e o futebol mais bem jogado das 32 seleções. Mas no mata-mata, sofreu muito mais que o normal, encarando três prorrogações seguidas. Nas duas primeiras, passou nos pênaltis, com o heroísmo do goleiro Danijel Subasic. As prorrogações a fizeram, na teoria, ter jogado inteiramente um jogo a mais que os franceses.

Em todo o caso, o ótimo preparo físico poderá, e muito, fazer a diferença na hora do grande jogo. Méritos totais do técnico emergente, o bósnio Zlatko Dalic, que assumiu na reta final das Eliminatórias, onde a Croácia passou por situação delicada antes de classificar-se.

CAMPANHAS

2x1 Austrália. Gols com as ajudas do VAR e da linha de gol.

1x0 Peru. Burocrático

0x0 Dinamarca. Único jogo sem gols e o mais insuportável dessa Copa.

4x3 Argentina. CALANDO OS CRÍTICOS. Após levar uma virada, reverteu a situação tão rapidamente quanto Mbappé, que estraçalhou na defesa hermana e deu seu maior show.

2x0 Uruguai. Jogo consistente e eficaz, contando ainda com um frangaço do goleiro Muslera.

1x0 Bélgica. Defesa bem postada e esquema bem sucedido. Tanto é que o gol da vitória foi do zagueiro Samuel Umtiti.

10 gols marcados, 4 sofridos

2x0 Nigéria. Estreia sem nenhum susto.

3x0 Argentina. SHOW DE BOLA, detonando uma das campeãs mundiais sem dó. Modric fez sua partida mais esplendorosa.

2x1 Islândia. Mesmo com um time misto, derrubou o gelo da Islândia, time que tomou a vaga direta nos grupos nas Eliminatórias (a Grécia foi a vítima na repescagem). Revanche!

1x1 Dinamarca. Gols no início do jogo e marasmo ao restante, até Modric perder um pênalti. Na disputa, guardou. E o goleiro brilhou.

2x2 Rússia. Novamente nos pênaltis, brilhou Subasic. Como no outro jogo, Rakitic marcou o gol decisivo. No mais, foram 120 minutos arrepiantes.

2x1 Inglaterra. Mais uma prorrogação, mas nada de penais. Depois de sair atrás e sofrer pressão, cresceram muito no segundo tempo, buscaram o empate e a merecida e raçuda vitória.

12 gols marcados, 5 sofridos

PROVÁVEL ESCALAÇÃO

Essa é a França que derrotou a Bélgica, com o time titular confirmado desde sexta. Diante do preciso descanso depois de tanta prorrogação, a Croácia vai esperar até a última hora para definir o time titular, de acordo com a condição física de alguns jogadores, como Perisic, que foi substituído por lesão.

NA HISTÓRIA!

França e Croácia já fizeram cinco confrontos, com três vitórias francesas e dois empates. Empates esses que podem ajudar os croatas, na hora de querer decidir em caso de mais uma prorrogação.

O jogo mais histórico foi o primeiro. Semifinais da Copa da França em 1998, Stade de France. A Croácia sai na frente com o artilheiro daquela edição, Davor Suker (hoje, presidente da Federação Croata). Aí um improvável herói entra em cena e decide o jogo, com dois gols lindos de fora da área e virada exuberante. O lateral Lilien Thuram, e sua enigmática comemoração pensativa, demonstrando frieza e virilidade em jogos decisivos. Certamente, jogo bem mais difícil do que a final que viria depois, diante do Brasil de um Ronaldo que vinha de convulsão.

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A grande final acontece no Estádio Luzhniki, em Moscou, ao meio-dia (hora de Brasília). O árbitro será o argentino Nestor Pitana, entrando para a história e repetindo um feito de 2006. Na Copa da Alemanha, outro argentino, Horácio Elizondo, teve a façanha de apitar a abertura e a final daquele Mundial. E envolvia também os franceses, só que contra a Itália, que seria a tetracampeã do mundo nos pênaltis, no jogo que ficou marcado pela cabeçada de Zidane.

Transmissão: Globo, SporTV e Fox Sports.