domingo, 7 de outubro de 2018

Os eleitos dos governos

Resultado de imagem para joao doria x marcio frança
Bárbara Lopes e Márcia Foletto / Agência O Globo
Divulgação
Douglas Magno/O Tempo

14 ESTADOS TERÃO SEGUNDO TURNO;

RIO DE JANEIRO E MINAS TEM GRANDES SURPRESAS NA LIDERANÇA

PT EMPLACA 3 REELEIÇÕES NO NORDESTE

FILHO DE APRESENTADOR LEVA NO PARANÁ

As eleições terão segundo turno também para os governadores de seus Estados, em uma mínima maioria do Brasil. 13 Estados já decidiram hoje, e os outros 14 ficaram para o dia 28.

Em destaque regional, o PT emplacou 4 governadores reeleitos, todos na região Nordeste. Rui Costa (Bahia) e Camilo Santana (Ceará) obtiveram votações válidas acima de 75%. Wellington Dias (Piauí) ganhou com 56%. Fátima Bezerra liderou no Rio Grande do Norte, porém irá para nova votação, com Carlos Eduardo (PDT). Em contrapartida, o PT levou a pior no Acre, após 20 anos no poder. Gladson Cameli, do PDT, derrotou Marcos Alexandre no primeiro turno.
Por outros partidos, o Nordeste emplacou outras reeleições. O popular Paulo Câmara (PSB) conseguiu o segundo mandato "na raspa", ao ganhar o pleito com 50,70% dos votos. Enquanto isso, no Sul do país, uma "celebridade" ganhou de evidência. O filho do apresentador do SBT, Ratinho, Carlos Massa Jr. (Ratinho Junior, como preferir), do PSD, venceu as eleições no Paraná com cerca de 52% dos votos.

Segue a lista dos vencedores do primeiro turno. Em negrito, os reeleitos.


  • Acre: Gladson Cameli (PDT)
  • Alagoas: Renan Filho (MDB)
  • Bahia: Rui Costa (PT)
  • Ceará: Camilo Santana (PT)
  • Espírito Santo: Renato Casagrande (PSB)
  • Goiás: Ronaldo Caiado (DEM)
  • Maranhão: Flávio Dino (PC do B)
  • Mato Grosso: Mauro Mendes (DEM)
  • Paraná: Ratinho Júnior (PSD)
  • Paraíba: João Azevedo (PSB)
  • Pernambuco: Paulo Câmara (PSB)
  • Piauí: Wellington Dias (PT)
  • Tocantins: Mauro Carlesse (PHS)

  • Ronaldo Caiado/Facebook/DivulgaçãoErnesto Rodrigues/Folhapress

    RONALDO CAIADO É ELEITO EM GOIÁS

    Dos vencedores destaca-se um veterano sempre em disputas importantes no pleito eleitoral. Candidato à primeira disputa presidencial na redemocratização, em 1989, Ronaldo Caiado foi eleito governador de Goiás pela segunda vez, com certa facilidade. Ganhou com 60%.

    SEGUNDO TURNO

    Dos pleitos ainda não definidos, destaca-se os quatro Estados que preenchem o Sudeste. Os maiores colégios eleitorais, São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, fugiram das prévias das pesquisas e anunciaram surpreendentes resultados.

    Em São Paulo, uma disputa acirrada no topo. João Dória (PSDB) até liderou bem, com 32%, mas viu Márcio França (PSB) desbancar Paulo Skaf (MDB), por 21,5 a 21,1%, e irá para o segundo turno com o tucano. São, de certa forma, "aliados partidários". Márcio era o vice da chapa de Geraldo Alckmin nos dois últimos governos, desde 2010. Em abril deste ano, assumiu o Palácio dos Bandeirantes, pouco após submeter-se a uma cirurgia de redução de estômago. Ainda assim, sobraram ataques para ambos os lados, nos debates das TVs. Dória, que deixou a prefeitura de São Paulo capital após se eleger no primeiro turno em 2016, contra Fernando Haddad, busca assumir o governo do Estado em uma acirrada disputa.

    Nos outros Estados, ficaram as grandes surpresas em âmbito nacional. Pelo Rio de Janeiro, o ex-juiz Wilson Witzel (PSC) desbancou os então líderes das pesquisas, Eduardo Paes (DEM) e Romário Faria (PODE), e foi líder dos votos com autoridade. 41% dos votos, o que condicionou-o ao segundo turno com Paes, ex-prefeito da capital por dois mandatos. O ex-jogador Romário amargou o quarto lugar, com apenas 9%, ficando atrás de Tarcísio Motta (PSOL), que antes era quinto lugar nas pesquisas. Erradíssimas, portanto... A corrida pelo governo carioca foi conturbada, tendo como episodio marcante a cassação da candidatura de Anthony Garotinho, que concorreria pelo PRP.

    Em Minas Gerais, era quase certo um segundo turno polarizador entre PSDB e PT. Mas deu NOVO na cabeça. O ativista Romeu Zema atingiu impressionantes 44% dos votos válidos, cravando lugar no segundo turno contra Antônio Anastasia, que deixou o Senado para voltar ao poder estadual, em que governou de 2011 a 2014, quando foi substituído pelo petista Fernando Pimentel. Este, por sua vez, perdeu a vaga final e ficou de fora. Anastasia teve 30% dos votos.

    Outros locais de destaque que terão segundo turno envolvendo candidatos à reeleição colocam Rio Grande do Sul. José Ivo Sartori (MDB) foi ultrapassado por Eduardo Leite (PSDB), e o resultado, ao contrário de outrora, não fugiu das prévias dos últimos dias. Reinaldo Azambuja (PSDB) vai concorrer novamente contra Juiz Odilon (PDT) pelo Mato Grosso do Sul. No Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB) se destacou com um impressionante crescimento ao longo do último mês, por onde começou a campanha tendo só 2% das intenções, e depois disparou para a liderança com mais de 30%. Hoje, superou 40, mas irá para o segundo turno com o atual mandatário candango, Rodrigo Rollemberg (PSB). Antes líder, Eliana Pedrosa (PROS) despencou para o quinto lugar.

    Veja a lista completa dos segundos turnos:

    • Amapá: Waldez Góes (PDT) x Capi (PSB)
    • Amazonas: Wilson Lima (PSC) x Amazonino Mendes (PDT)
    • Mato Grosso do Sul: Reinaldo Azambuja (PSDB) x Juiz Odilon (PDT)
    • Minas Gerais: Romeu Zema (Novo) x Antonio Anastasia (PSDB)
    • Pará: Hélder Barbalho (MDB) x Márcio Miranda (DEM)
    • Rio de Janeiro: Wilson Witzel (PSC) x Eduardo Paes (DEM)
    • Rio Grande do Norte: Fátima Bezerra (PT) x Carlos Eduardo (PDT)
    • Rio Grande do Sul: Eduardo Leite (PSDB) x José Ivo Sartori (MDB)
    • Rondônia: Expedito Júnior (PSDB) x Coronel Marcos Rocha (PSL)
    • Roraima: Antonio Denariun (PSL) x Anchieta (PSDB)
    • São Paulo: João Dória (PSDB) x Márcio França (PSB)
    • Santa Catarina: Gelson Merísio (PSD) x Comandante Moisés (PSL)
    • Sergipe: Belivaldo (PSD) x Valadares Filho (PSB)
    • Distrito Federal: Ibaneis (MDB) x Rodrigo Rollemberg (PSB)
    Arte/UOL

    MAIS SURPRESAS NO SENADO: DILMA FRACASSA EM MINAS GERAIS; EUNÍCIO E JUCÁ TAMBÉM FICAM FORA

    E na corrida pelo Senado, a luta por mandato de até oito anos teve a ascensão de novos nomes e a derrocada de veteranos.

    O mais impressionante resultado, novamente, foi para Minas Gerais. Dilma Rousseff (PT) após tomar o impeachment como presidente em 2016, tentou voltar como senadora e liderava as pesquisas. Hoje, tomou um "tombão" e amargou o quarto lugar nas votações. Rodrigo Pacheco (DEM) e o jornalista Carlos Viana (PHS) foram os eleitos.

    Flávio Bolsonaro (PSL) ganhou com folga a primeira vaga no Rio de Janeiro. A segunda ficou com a "zebra" Arolde de Oliveira (PSD), desbancando por si só os então mais cotados, César Maia (DEM) e Lindbergh Farias (PT).

    Em São Paulo, outro favorito também levou a pior. Antes líder nas pesquisas, assim como Dilma, o petista Eduardo Suplicy amargou o terceiro lugar. Foram eleitos Major Olímpio (PSL) e a cadeirante Mara Gabrilli (PSDB), ambos atualmente deputados federais que se encontram entre os mais destacados da Câmara.

    Magno Malta, antes cotado para vice da chapa de Jair Bolsonaro, quis tentar a reeleição no Senado para o Espírito Santo, e perdeu para Fabiano Contarato (REDE) e Marcos do Val (PPS). Outros conhecidos derrotados foram Marconi Perillo (Goiás), Cristovam Buarque (PDT), Roberto Requião (MDB) e por aí vai. Os últimos fracassos anunciados envolvem o atual presidente do Senado, o cearense Eunício de Oliveira, e o roraimense Romero Jucá, que sai da Casa após 24 anos. A família Sarney teve duas derrotas. Sarney Filho deixou o Senado junto com Edison Lobão pelo Maranhão, que viu ainda Roseana Sarney levar a pior na disputa pelo governo contra Flávio Dino.

    No fim das contas, teve veterano que se deu bem. Renan Calheiros renovou seu mandato em Alagoas, vendo ainda o seu filho ser reeleito governador no Estado. Humberto Costa (PT) e Jarbas Vasconcelos (MDB) confirmaram favoritismo em Pernambuco. Randolfi Rodrigues (REDE) liderou novamente pelo Amapá. E em Santa Catarina, Esperidião Amin (PR) conquistou uma das vagas.

    Nenhum comentário: