domingo, 1 de outubro de 2017

Independência a vista

Apoiadores da independência comemoram resultado de referendo na Plaza Catalunya, em Barcelona, na noite de domingo (1º) (Foto: AP Photo/Santi Palacios)
(FOTO: Santi Palacios/AP Photos)

INDEPENDÊNCIA DA CATALUNHA VENCE REFERENDO MARCADO POR VIOLÊNCIAS

O dia 1 de outubro de 2017 ficará marcado na história da Espanha e, sobretudo, no território da Catalunha, que por tantos anos busca se tornar independente.

Era aproximadamente meia-noite de segunda-feira, 19h no horário de Brasília, que fora anunciada a vitória esmagadora do "sim" pela independência. Segundo o presidente do território, Carles Puigdemont, a vitória democrática veio com 90,09% dos votos, contra 7,84% do "não". Brancos e nulos somaram 2,92%, num eleitorado que teve o registro de cerca de 2,2 milhões de votantes.

O porta-voz do executivo regional, Jordi Turull, disse ainda que cerca de 770 mil pessoas não puderam votar por causa dos 400 colégios eleitorais fechados pela polícia, já que uma onda de violência afetou a Catalunha. Pelo menos 844 pessoas ficaram feridas por conta de forte repressão imposta pelas polícias locais, segundo a Secretaria de Saúde do governo catalão, especialmente em Barcelona, capital do futuro país.

Os problemas internos que marcaram o domingo no país afetaram diretamente no futebol. O Barcelona precisou jogar de portões fechados diante do Las Palmas, de modo que foi proibida a entrada de torcidas no estádio Camp Nou. O time catalão venceu por 3x0. E brevemente discutirá o seu futuro em relação aos campeonatos nacionais que participa atualmente desde os seus primórdios.

Em um pronunciamento, Puigdemont disse que a independência da Catalunha “já não é um assunto interno. É um assunto europeu". Ele afirmou ainda que a União Europeia não pode "continuar olhando para outro lado" em relação à violação de direitos humanos constatada neste domingo com as agressões sofridas pelos catalães pela polícia espanhola. "O governo espanhol escreveu hoje uma página vergonhosa em sua relação com a Catalunha", criticou o presidente, que ainda complementaria que "hoje a Catalunha ganhou muitos referendos e tem-se o direito de decidir o nosso futuro".

Nenhum comentário: