Canta, Tatuapé!

EMOÇÃO ATÉ O FIM
ACADÊMICOS DO TATUAPÉ É A CAMPEÃ DO CARNAVAL 2017 DE SP. NA ÚLTIMA NOTA!

Em uma apuração emocionante, reviravolta de cinema no final. Literalmente na última nota.

Assim se desenhou o inédito título da Acadêmicos do Tatuapé, a grande campeã do carnaval paulistano. O título veio no critério de desempate no quesito samba-enredo, o último a ter as notas lidas ao vivo. A disputa veio décimo a décimo com a Dragões da Real, que também seria uma campeã inédita. A escola do São Paulo liderou a partir do quinto quesito (antes, era a Império de Casa Verde que liderava). Até que tomou duas notas 9.9 nas últimas leituras, enquanto a Tatuapé "gabaritou" 40 pontos no quesito (lembrando que a menor nota é descartada, por isso, vale 30).

A Império, que liderou a primeira metade da apuração, perdeu terreno do meio para o fim das notas e ficou em quarto lugar. A Vai-Vai conseguiu um honroso terceiro lugar, para quem se imaginava perder muitos pontos em evolução. Rosas de Ouro completou o Top 5 e estará no Desfile das Campeãs.

A Acadêmicos da Tatuapé sempre esteve entre as cotadas para o título pelo belo desfile feito. Ela foi a quarta a passar no Sambódromo do Anhembi no primeiro dia de espetáculos. Com um desfile vibrante, contou a história da Mãe África, em especial do Zimbábue. Alegorias e fantasias que remetiam ao continente africano despertaram atenções. O refrão "É de arerê, ilê ijexá" foi o mais cantado em público.

Com isso, a escola da Zona Leste se junta a galeria das grandes campeãs carnavalescas paulistanas. Fundada em 1952, figurou na elite entre 2004 e 2006, voltando como vice-campeã do Acesso em 2012. Nos primeiros anos, flertou com o rebaixamento, mas a coisa mudou em 2016, onde ficou em segundo lugar, cantando um enredo sobre a Beija-Flor de Nilópolis. A Dragões da Real, por sua vez, é a caçula do Grupo Especial, onde entrou em 2012 e desde então já figura com frequência o desfile das campeãs, sempre realizado às sextas. Hoje foi o dia em que chegou mais perto.

Se teve reviravolta no topo em seu final, o mesmo ocorreu na parte do rebaixamento. Caíram para o Grupo de Acesso a Águia de Ouro e a Nenê de Vila Matilde.

Campeã 11 vezes, contando os desfiles não-oficiais que ocorriam em blocos até 1969, a escola que homenageou Curitiba amargou o último lugar. Tom Maior e Peruche disputavam décimo a décimo quem escapava. Acabou que ambas se salvaram, porque a Águia de Ouro, até então oitava colocada, foi a mais mal avaliada no samba-enredo, tirando três 9.6, despencando para a penúltima posição. A escola falou sobre a defesa dos animais, com Luísa Mell.

Veja a classificação final, junto a uma comparação com o resultado de 2016:

É visível a evolução das escolas em pontuações de um ano para outro. Tatuapé e Dragões somaram 269,7 pontos cada, três décimos a mais que a campeã em 2016. E a diferença de pontos entre a campeã e a última colocada no ano passado foi de até 5,5 pontos. Em 2017, caiu para 1,6. Valeu pelo equilíbrio.

A Rosas de Ouro foi a escola que mais subiu. Após amargar o 11° lugar, pior posição de sua história, em 2017 se recuperou no quinto lugar, voltando a figurar no desfile das campeãs.

Para o lugar de Águia e Nenê, entram X-9 Paulistana e Independente Tricolor, campeã e vice do Grupo de Acesso, respectivamente. Teremos em 2018, portanto, duas escolas que fazem parte de torcidas organizadas do São Paulo.