A posse dos prefeitos

Todos os municípios e capitais do Brasil acompanharam neste domingo a posse dos prefeitos. As principais promessas se resumem à ajustes fiscais e maior austeridade e eficiência em gestão pública. Junto com os prefeitos, os vereadores também se apresentaram, em diferentes números de cada cidade. As eleições se realizaram em outubro passado.

Aqui vai um resumo de algumas das posses, nas principais metrópoles brasileiras.

Na foto que abre o post, Fernando Haddad (PT) "entrega o bastão" para o novo prefeito de São Paulo, João Dória (PSDB). O empresário foi um dos maiores destaques do último pleito, visto que ganhou ainda no primeiro turno com mais de 50% dos votos. Nas primeiras pesquisas, era apenas o quinto colocado entre os candidatos à eleição, incluindo o agora ex-prefeito.

Na posse, João priorizou o respeito à ética e transparência, diálogos com a oposição, ainda prometendo inovações em sua gestão. Seu discurso principal firma a tese de que não é político, mas sim um gestor. Finalizando, disse que nesta segunda-feira, "antes do sol raiar", se vestirá de gari junto com secretários para fazer uma ação de limpeza no centro da cidade, iniciando o primeiro projeto de sua gestão, o "Cidade linda".

Após oito anos de comando do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PMDB) passou o cargo para o bispo Marcelo Crivella (PRB). Em discurso conservador, ele citou a crise econômica no país, especialmente no Estado do Rio, que decretou calamidade pública financeira no ano passado. Agradeceu à Deus e aos evangélicos da igreja.

Crivella disse: "é tempo de cautela" e "está proibido gastar". Foi a primeira vitória eleitoral do político, que é ligado à Igreja Universal. Antes, se candidatou nas eleições municipais de 2004 e 2008, e em 2014 chegou ao segundo turno para Governador, perdendo para Luiz Fernando Pezão (PMDB), que encontra-se licenciado por questões de saúde.

Em Belo Horizonte, a prefeitura fica de alguma forma ligada ao futebol.

O novo prefeito de BH é ex-presidente do Atlético Mineiro e empresário. Alexandre Kalil (PHS) derrotou outro candidato ligado ao alvinegro, o ex-goleiro João Leite.

Como primeiro discurso, adotou como meta abrir mão dos gastos desnecessários.

Nem bem começou a gestão, e o novo prefeito de Curitiba, Rafael Greca (PMN) já cumpriu as primeiras promessas. Uma delas, vir de ônibus movido a eletricidade. Atrasou um pouco, e daí se limitou a assinar o termo de posse. Um dia antes da posse, sofreu uma crise de ansiedade e chegou a ser hospitalizado.

Greca chega à prefeitura após derrotar, em primeiro turno, o então prefeito Gustavo Fruet. Ele já foi prefeito entre 1997 e 2000.

Reeleito em Recife, Geraldo Júlio (PSB) tomou posse com a presença do governador de Pernambuco, Paulo Câmara, do mesmo partido, lembrando alguns feitos do falecido ex-governador Eduardo Campos. Adotou como prioridade manter os serviços prestados anteriormente, que inclui abrir novas creches e escolas.

Agora falamos de alguns dos prefeitos já muito conhecidos de outros mandatos anteriores. Em Goiânia, Íris Rezende (PMDB) parte para seu quarto mandato. Priorizou em seu discurso a determinação para fazer da capital de Goiás uma cidade cada vez melhor, e que a responsabilidade é grande. Tomaram posse também 37 vereadores, com destaque para o jornalista esportivo Jorge Kajuru, o mais votado.

Das capitais brasileiras, Boa Vista (Roraima) é a que detém o mais extenso mandato de um político. Ou melhor, política. Teresa Surita (PMDB) inicia hoje seu quinto mandato (!), mantendo os juramentos das outras vezes, relatando os planos que tem para melhorias da cidade. Ela é ex-esposa do senador Romero Jucá, ministro licenciado do Planejamento.

Mas a posse de maior destaque individual remete a um prefeito que chegou a ser preso, 3 dias atrás. Em Osasco (SP), Rogério Lins (PTN) fez um ácido discurso, dizendo que "a verdade virá a tona". Ele e outros 13 vereadores eleitos são investigados por contratação de funcionários públicos fantasmas, os que nunca apareceram para trabalhar na prefeitura.

Antes de se entregar à polícia, no domingo de Natal, Rogério estava em viagem de férias em Miami, nos Estados Unidos. Passou cinco dias detido, até ser liberado por falta de provas, mas mediante pagamento de fiança.